segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A violência dos Sistemas


Eles nos reprimem, nos agridem, e o que é pior, nos deixam "felizes"!

Inevitavelmente estamos associados a alguém. Inicialmente pela família, cuja linhagem não esteve sujeita à nossa apreciação, mas levamos adiante sem mais questionamentos; ou quando há, não passa de impulso revolucionário contra a própria espécie, mas sem proveito algum. Com o tempo, até nos vangloriamos da herança que recaiu sobre nosso destino.

O próximo combate é na escola. Ou você entra no esquema do conhecimento como ritual de passagem ou não serve para estar no ringue. Mesmo que não queira render-se ao autoritarismo da sintética didática pedagógica de nossa cultura educacional, você pode sofrer mais dois golpes: um da família e outro da sociedade.

Esta, por sua vez, consegue reunir todas as forças numa só tacada: família, escola, religião, cultura, etc. Aí, não tem mais escapatória! Mas quem disse que queremos escapar? Discursivamente isso até pode acontecer... nada mais do que palavras!

Já que essa é a nossa única rota de fuga, vamos fazer dela a razão da nossa vida. E, nesse sentido, temos uma forte aliada: a Academia, que cumpre fielmente sua missão de teorizar tudo, inclusive os seus próprios conflitos.

Lá constatamos que conhecimento não liberta... que os discursos são repetidos, transformados e/ou reativados, mas não conseguem gerar as mudanças que ansiamos ver...

A violência acadêmica é a menos reconhecida e, curiosamente, a mais respeitada. Ela disse e está feito! Mas, basta um segundo olhar para descobrir que a maioria dos participantes dessa cadeia intelectual e os idealizadores/construtores das piruetas tecnológicas do mundo moderno, são os mesmos que diariamente dão exemplos contrários às suas defesas ideológicas de um mundo melhor.

Até entre os amigos somos reprimidos, ou reprimimos. Roupa, dialeto, comida, música, tudo é variável, mutante, flexível. Até mesmo os que se apresentam como seres originais e dizem ter personalidade forte ou coisa do tipo, não estão isentos de tal violência.
Não há como sair dessa teia...podemos transformá-la numa cama e fingir que vai tudo bem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário